Quando
deixei de acreditar em mim
me
separei de mim, de tudo que sinto
Só
senti o medo
E
ele sobrando, faz eco no peito…
Dá
nó na garganta
seca
todas as lágrimas, mas não tira a vontade de chorar…
Quando
deixei de acreditar em mim
Já
não havia mais lugar. O mercado tava cheio. Era tanta gente que
ficava todo mundo só.
Quando
deixei…
Eu
perdi o riso. A gargalhada se despediu profundamente...os desejos se
fantasiaram de nada...e eu os perdi de vista.
Fiquei
patética. Falando das dores. Fazendo o medo me engolir, com casca e
tudo.
Tudo
que sonhei se espatifou...já me confudia… “fui eu que fiz isso?”
“Eu sonhei com esse lugar?”
Não
sabia mais quem eu era...não sabia.
Quando
me deixei…
Fiquei
tão triste...que fingia estar tudo bem e não tinha coragem de dizer
“eu não sei mais quem eu sou”. Meus olhos secaram...meus pêlos
não se arrepiaram mais…
O
prazer virou medo.
Quando
o prazer vira medo a vida se revolta...é mar bravio...é vento
bravo...é Iansã rodeando o que não quer ver.
O
mar bravio de dentro…
Esse
é uma faca no peito.
O
canto paralisa. E sempre parece que tento ser algo que não está
aqui.
A
dor de tentar ser o que não é, é tão imensa quanto a palavra
Deus.
Destrói
sua memória. E você não se lembra quem era...o que quer dizer?
O
que tens a dizer?
Cantar
é dizer...rir é dizer...ter prazer é dizer...E o medo te cala.
Quando
deixei…
Parei
de cantar. Parei de criar. Parei de compor. Parei de musicar.
Porque
nada mais seria suficiente.
E
assim a gente morre...a pior morte de todas…é a morte de dentro.
Abril, 2016.
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