domingo, 10 de julho de 2016

palavras de horizonte.

Palavras se agitam para um passeio.
Naquele dia, o silêncio falou mais alto. Quis ponderar a vida, a ligação entre o que se pensa, o que se cala, o que se fala.
O silêncio mandou. Tirano como às vezes é. Rebelde como às vezes precisa.
Não se pode apenas lhe maldizer.
Mas as palavras quiseram passear para mais longe...queriam alegremente contar tudo que se passava dentro do corpo, em detalhes, a todo o céu.
Não puderam…
Seguraram-nas. À força.
“Não digam nada! Ou partes deste corpo serão devastadas”. O amor ao corpo era grande e elas silenciaram. Nada disseram pela boca.
Pararam pra pensar…
Acharam outro caminho.
Pelos olhos, somente quem interessa entenderá e saberá. Vamos, vamos caminhar até encontrar o caminho dos olhos…
E assim seguiram, silenciosas como quem vai para um passeio no jardim.
Algumas saíram pelos olhos… Como é palavra voando dali?
Não se explica.
Não se ouve com os tímpanos.
Apenas outros olhos as ouviriam.
Ouviram…
E assim conversaram pelos olhos…
Outras palavras seguiram pelos dedos.
Olhos, mãos, dedos, pêlos conversaram entre si.
As palavras que nunca foram ditas aos céus…
Não entraram em detalhes, mas se disseram por aí. Acharam seus caminhos.
Encontraram horizontes…

Olhares de horizonte.  

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