Palavras se agitam
para um passeio.
Naquele dia, o
silêncio falou mais alto. Quis ponderar a vida, a ligação entre o
que se pensa, o que se cala, o que se fala.
O silêncio mandou.
Tirano como às vezes é. Rebelde como às vezes precisa.
Não se pode apenas
lhe maldizer.
Mas as palavras
quiseram passear para mais longe...queriam alegremente contar tudo
que se passava dentro do corpo, em detalhes, a todo o céu.
Não puderam…
Seguraram-nas. À
força.
“Não digam nada!
Ou partes deste corpo serão devastadas”. O amor ao corpo era
grande e elas silenciaram. Nada disseram pela boca.
Pararam pra pensar…
Acharam outro
caminho.
Pelos olhos, somente
quem interessa entenderá e saberá. Vamos, vamos caminhar até
encontrar o caminho dos olhos…
E assim seguiram,
silenciosas como quem vai para um passeio no jardim.
Algumas saíram
pelos olhos… Como é palavra voando dali?
Não se explica.
Não se ouve com os
tímpanos.
Apenas outros olhos
as ouviriam.
Ouviram…
E assim conversaram
pelos olhos…
Outras palavras
seguiram pelos dedos.
Olhos, mãos, dedos,
pêlos conversaram entre si.
As palavras que
nunca foram ditas aos céus…
Não entraram em
detalhes, mas se disseram por aí. Acharam seus caminhos.
Encontraram
horizontes…
Olhares de
horizonte.
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