quarta-feira, 13 de julho de 2016

o amor de alice.

Alice caía em si.
O que haveria de tão perigoso em amar?
O que há de tão dolorido e devastador no amor?
O amor em si não parece ter armas...
Parece melhorar o ser...abre os olhos, sensibiliza a pele, estica o gostar. faz nascer um riacho de águas que insistem em cair pelos olhos, não de tristeza.
Por que colocar nele tantas armas letais?
Tantas posses, tantos ais?
Alice caía em si. E com ela o amor caía...Pra dentro dela. E esvoaçava. Era ele quem ela queria. Era ele com quem sonhara. Ele que não estava num só lugar, corpo, pessoa. O amor enfim, era muitos.
Era avassalador. Era carne, osso, imatéria.
O amor atravessou todos os padrões. Foi surpreendido.
Ele mesmo se viu preso. Não era assassino, mas culpavam-no.
Alice não. Não culpara mais ninguém por amar. E amou.
Como quem nunca teve medo de ser só.
Amou intensamente e a cada passo, a solidão aparecia como chão.
Era ela, afinal...A quem todos temem.
Amar pisando a solidão parecia condição mais propícia para aquele corpo.
Alice caía. Para dentro de si. Para dentro da Alice, Alice caía. E assim amava...

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