quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O galego.

Um passo rápido me mantinha ereta para atravessar a rua e chegar à calçada.
A companhia era agradável de alguem que compartilha comigo as delicias e dores a convivencia, da divisão de espaço, sala, banheiro, contas de luz e sem contas de telefone.
O assunto? Algo trivial, como entender onde era o mercado que já ouvira falar. Por onde pisar pra nao encostar nos cocôs de cachorro pelo chão. Nesses olhares pro chão os encontrei.
Eram olhos de diamante, da cor do mar quando 14 bis o canta. Cabelos louros, pele morena de sol.
Jovem.
Muito jovem.
Estava sentado na sarjeta olhando pro horizonte que parecia existir pra ele naquele momento.
Olhar de horizonte. Belo.
Cruzamos os olhares e desviamos.
Olhei de novo.
As roupas em farrapos.
Trapos.
Não sabia a cor, já que tudo estava em tons de marrom e cinza.
Quem era aquele homem? O que teus olhos miravam?
Mil pessoas passavam por ele e desapercebiam-no.
Imagino que ninguém conheceria sua narrativa e quem sabe, isso não aconteça nunca.

às vezes nos permitimos apenas ver, nos afetar, gerar encontros silenciosos, mas não sair disso.

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