sexta-feira, 7 de agosto de 2009

.Quem se fez ali?.

Quem se vai ali?
O anoitecer virava do avesso...e fazia despertar...
Acordava calmamente a alma de um sono profundo...e aconchegante de ombros..
Convidava a dançar algo que não sabíamos o passo.
Improviso?! Nada melhor que o risco de improvisar notas nos ares da madrugada...notas que se calavam com a boca...os olhos que nada enxergavam além da ausência de luz...dos contornos...
A música começara...como o trompete de Miles Davis que enchia os olhos d'água e o jazz de bossa...
Cada minuto virou horas...e horas...e horas...
Um ritmo que encontrava o pulso já não tão lento... e fazia girar! Como numa ciranda , brincadeira de roda...em que não se ve mais o início...nem fim..nem meio...apenas estava ali algo que girava com tanta percepção que pela primeira vez não perdi nem um detalhe sequer da canção...
Ah! Como era bela de ouvir!
O corpo todo é um ouvido...já diziam...e o é mesmo!
Ao final dos improvisos delicados...uma pausa.

...

a música estava iniciando o seu final daquela vez...com arpejos...que foram indo...indo...até quase nao se ouvir...

...

Era o amanhecer que vinha cobrir o sereno da madrugada que se instalara na pele exposta... Era como uma canção de acordar...em que os olhos novamente se viam...os sorrisos se cumprimentavam...o corpo todo se dava bom dia.
Quem ficou ali?
Um todo bem muito maior que a soma das partes...
Éramos outros...que já sabiam improvisar como Miles...algo que muito me agradava!
...
Em meio a tantos encontros como o poente....esse algo era o único ficava...

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